O ácido fólico, Vitamina B9 ou folacina, é uma vitamina hidrossolúvel pertencente ao complexo B. Os folatos constituem um grupo de compostos heterocíclicos nos quais o ácido pteróico está conjugado com um ou diversos resíduos de ácido L-glutâmico (Czeizel 1996). Sua estrutura apresenta um núcleo pteridina ligado a uma molécula de ácido paraminobenzóico e uma de ácido glutâmico (C19H19N7O6, peso molecular = 441,2), originando então o nome ácido pteroilglutâmico (Guilland, Lequeu, 1995). Dentre as substâncias que possuem como estrutura básica o ácido pteroilglutâmico, estão os pteroilglutamatos, os diidrofolatos, os tetraidrofolatos (THF) e os metiltetraidrofolatos.
Esta última é a fonte natural de folatos na alimentação, sendo também a forma encontrada no sangue (Lorenzi, 1991). O termo folato então é utilizado para designar os poliglutamatos e o termo ácido fólico é reservado para o monoglutamato sintético e/ou ácido pteroilglutâmico (Czeizel 1996).
O ácido fólico (folato) como dito, é uma vitamina hidrossolúvel, por isso é pouco armazenada no organismo. Ele está amplamente distribuído na natureza, sendo sua principal fonte o levedo de cerveja e, apesar da sua grande presença na alimentação, é relativamente fácil à ocorrência de deficiência da vitamina, já que ela é muito sensível. Por exemplo: o cozimento prolongado destrói até 90% do conteúdo de folatos dos alimentos. Prepara-los no vapor de forma rápida é a melhor solução para mante-los. Essa perda também aumenta quando se alcaliniza o meio com adição de substâncias como o bicarbonato. É também termosensível, pouco resistente ao contato com a luz e ao oxigênio atmosférico.
Já está comprovado que a ingestão da vitamina B-9 (Ácido Fólico) reduz a incidência de
DTN. Durante a gravidez, o organismo feminino necessita de níveis adequados de folato, assim como de outras vitaminas, para garantir a formação perfeita da nova vida que se inicia. Por isso, é necessário que os níveis estejam satisfatórios antes da concepção. Uma vez instalado o
DTN, não há reversão, mesmo que, durante o pré-natal haja a ingestão do ácido fólico. A
OMS - Organização Mundial de Saúde, recomenda a ingestão diária é de 0,4 mg. Isso vale para todas as mulheres em idade fértil. No entanto, para aquelas que já tiveram um filho com o problema, a dose indicada para evitar reincidências sobe para 4 miligramas diários. Além disso, o aconselhamento genético também é recomendado para que o médico possa avaliar as chances de um novo caso na família. A ingestão dessa vitamina reduz em até 70% a probabilidade de uma gestação com feto portador de
DTN. No Brasil, as farinhas de trigo e milho, além de alguns produtos como biscoitos e massas, já estão recebendo o adicionamento de 150 µg de ácido fólico, desde junho de 2004, após aprovação da Resolução RDC 344 de 13/12/2002 da
ANVISA.
Segundo a
AACD - Associação de Assistência à Criança Defeituosa, essa dosagem ainda é insuficiente para reduzir de forma satisfatória a ocorrência dos Defeitos do Tubo Neural, mas já é uma conquista.
Em países como os EUA, onde os alimentos já são fortificados com essa vitamina, registrou-se uma redução de 50% no índice de crianças nascidas com
DTN.
Existem pesquisas que apontam que o ácido fólico também pode atuar na prevenção dos casos de outras síndromes, inclusive a de DOWN e de Lábios Leporinos.